Saimos do hotel às 8:00h como de combinado e fomos no carro do Z.i. para a praia da aldeia indígena de Coroa Vermelha, onde nos encontramos com o índio Bené que seria um dos marinheiros durante toda a operação junto com o Bizón. Chegamos rápido e embarcamos no barco Dive star ... ainda na enseada da Coroa Vermelha grupos de trinta-réis (Sterna spp.) dominavam o lugar e de repente uma fragata (Fregatta magnificens) magestosamente passou planando por sobre o nosso barco, o que me deixou um pouco preocupado, pois minha pouca experiência de mar já me permitia saber que estes animais quando observados na costa estão fugindo de fortes temporais no meio do mar, ou seja prelúdio de águas não muito claras a partir de então ...
Após 1:45h de navegação chegamos ao recife e fomos recepcionados por um grupo enorme de tronta-réis (Sterna SP.) que em alvoroço mergulhavam sobre um cardume de peixes, me equipei e logo caí na água que devia estar com uns 15 m de visibilidade, nadei até onde as aves estavam mergulhando para tentar fazer umas imagens subaquáticas dos seus mergulhos, mas o cardume se movia e com ele as aves e eles já se distanciavam muito do local do mergulho e apesar da visibilidade excelente a correnteza estava muito forte.
Desci então e fui até o substrato não consolidado (arenolodoso) antes do recife e nadei em direção a sua base, lá em baixo a força da correnteza era menor ... logo de cara encontrei uma enorme colônia do coral Agaricia sp. com uma maria-preta (Stegastes fuscus) (Figura 4) de vigia ... e fiquei surpreso com o tamanho do “prato”, depois mais uma colônia, outra e de repente lá estava a parede do recife e suas colônias de Agaricia sp., de Montastrea cavernosa, Mussismilia hartii, Mussismilia híspida, Mussismilia brasiliensis, Porites sp., Sideratrea sp. e talvez ate algum que não me lembre agora, e no topo, além destas, enormes colônias de Millepora spp., muitas gorgônias (Foto 3) e outros octocorais, além de uma multidão de crinóides e alguns ouriços-rei (Diadema antillarum).
Dentre as muitas espécies de peixes, o primeiro a ser observado ainda antes de me aproximar do recife foi uma taoca (Acanthostracion quadricornis) ... já no recife um destaque para a presença de um cardume de barbeiros (Acanthurtus spp.) que estavam acompanhados de pelo menos 3 budiões-azuis (Scarus trispinosus) (Foto 2) com pelo menos 5kg o menor deles e que pareciam não conhecer o ser humano, eles ignoravam a minha presença e se permitiam aproximar a menos de 2 m de distância enquanto saciavam sua fome nas algas do local ... filhotes de budião-azul medindo cerca de 7 cm eram foram observados em diversas ocasiões durante este mergulho que durou cerca de uma hora e ainda me permitiu observar grandes ciliares (Holocanthus ciliaris), alguns parús (Pomacanthus paru) enormes que se aproximavam curiosos a poucos centímetros de mim (Foto 1), alguns frades (Pomacanthus arcuatus) também grandes, jabús (Cephalopholis fulva) também com mais de 30 cm de comprimento, além das ja citadas marias-pretas (Stegastes fuscus), donzelinhas (Stegastes variabilis), crisurus (Microspathodon chrysurus), sargentinhos (Abudefduf saxatilis), haemulon aurolineatum, Haemulon plumieri, Salemas (Anisotremus virginicus), Anisotremus surinamensis, Anisotremus moricandi, budiõezinhos (Halichoeres poeyi e H. brasiliensis), rufus (Bodianus rufus), borboletas (Chaetodon striatus), budiões batata (Sparisoma axillare e S. frondosum), uma garoupinha (Epinephelus adscensionis) e muitos outros.
Estava comigo dentro d’água o Saulo Panó.
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