A noite anterior foi de muita chuva e havia ventado, já saímos do hotel preocupados com a visibilidade ... indo para a Coroa Vermelha já víamos no caminho nas praias de Porto Seguro que a água havia piorado e muito. Embarcamos e durante todo o percurso a água parecia caldo-de-cana ... chegamos no recife da Iangaba onde seria o mergulho de hoje, caímos todo equipado e constatamos que a água estava com menos de um metro de visibilidade impossibilitando os trabalhos, abortamos o mergulho neste recife e partimos para a Coroa Ata Norte onde sem nem cair na água constatamos que o mergulho também seria impossível e partimos para a porção sul do recife mais de 1 mn ao sul, desta vez caí em apnéia para constatar a qualidade da água e esta também não apresentava condições, mas a parte de dentro do recife parecia estar mais limpa, nos dirigimos para lá e realmente estava, mas a profundidade era em torno de 1,5 m e quebrava onda sobre o recife ... quando íamos abortar o índio falou que logo ali do lado, ainda na parte a dentro do recife havia um local mais fundo ... quando caí constatei que havia visibilidade o suficiente, uns 5 m em alguns lugares e 3 m em outros, dava para fazer os censos.
O lugar apresentava uma cobertura exuberante, especialmente das Millepora spp. de corais além de muitas gorgônias ... pra variar os crinóides dominavam o lugar e entre os invertebrados um destaque para a quantidade de Ceriantos (Fotos 1 e 2) no substrato não consolidado logo na base do recife e para a grande quantidade de lagostas, em um trecho de 40 m de comprimento (dois transectos) eu contei 28 indivíduos. Dentre os peixes os destaques vão para os dois badejos (Mycteroperca bonaci) observados, cada um com pelo menos uns 8 kg, para a bastante curiosa garoupa-vermelha (Epinephelus morio) (Foto 3) e para o primeiro carangueijo-aranha (Stenorhynchus seticornis) que observei nos recifes de Porto Seguro.
Fiquei submerso por 139 minutos hoje e em apenas um mergulho realizei todos os censos.
Estava comigo dentro d’água o Saulo Spanó.
No caminho para os recifes observamos além dos habituais trinta-réis (Sterna spp.) alguns petréis (Puffinus spp.), um atobá-pardo (Sula laucogaster), tartarugas (que não conseguimos definir as espécies devido as ondulações) e um grupo com três golfinhos-do-estuário (Sotalia guianensis) surfando nas ondas a na parte de fora da porção sul do recife da Coroa Alta aumentando a minha dúvida quanto a espécie de golfinho observada ontem.
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